terça-feira, 20 de abril de 2010

ELIZAVETA BAM

(foto de Marco Novack)

No último dia 15 estreou, no Teatro Novelas Curitibanas, o espetáculo ELIZAVETA BAM, uma produção do Teatro de Breque e da Cia Transitória. Mais uma vez fico super feliz por integrar a equipe de um projeto financiado pela Fundação Cultural de Curitiba. Desta vez assinei o Figurino e a Ambientação Cênica.
O espetáculo é fruto de um processo colaborativo coordenado pelos diretores Edson Bueno, Nadja Naira e pela atriz Luciana Schwinden do Grupo Vertigem de São Paulo. Luciana fez o desenho de ocupação de espaço, Nadja, a concepção cênica e Edson, a direção de atores. A produção foi desenvolvida pelo querido e talentoso Pablito Kucarz (Teatro de Breque). A trilha sonora foi pesquisada e desenvolvida por Rodrigo Lemos e a Iluminação é do Wagner Correa. No elenco estão os atores Diego Duda, Eduardo Simões, Flávia Sabino, Kelly Eshima, Thiago Inácio e Uyara Torrente.
A primeira vez que vi uma montagem de ELIZAVETA foi no ano de 2009 quando o diretor Márcio Mattana se apropriou do texto de Danill Charms para a encenação com os alunos do quarto ano de Bacharelado em Artes Cênicas da FAP. Na montagem que agora está em cartaz no Novelas, fora a dinâmica onde o público acompanha os atores pelo desenrolar das cenas, a encenação é completamente diferente daquela. Uma outra abordagem foi dada ao texto de Charms, o que concede grande mérito aos diretores, tanto ao Edson e a Nadja, como também ao Márcio.


(foto de Marco Novack)

O público que comparecer às apresentações verá que o casarão do Novelas se tornou a residência da família de Elizaveta. Os diversos espaços do casarão histórico são a própria cenografia onde se desenrola as conflitantes relações entre as personagens. Relações incestuosas entre pai e filha e entre mãe e filho , além do triângulo amoroso sugerido entre Ivan Ivanovich, Petr Nicolaevich e Elizaveta Bam, são alguns dos temas valorizados para contar a história que se apresenta por trás da densa dramaturgia de Daniil Charms. Uma preocupação recorrente no trabalho dos diretores foi sempre o de oferecer códigos ao público para que ele pudesse costurar o seu entendimento sobre a absurda trama apresentada.
Sobre a dramaturgia caótica, Edson Bueno valoriza o contato com uma experiência surrealista, ou seja, em nossos tempos de velocidade de informações e necessidade de compreensão rápida, experimentar alguma espécie de surrealismo é quase um exercício de suspensão, diz ele no programa do espetáculo. Esta é uma excelente dica para quem for assistir o espetáculo, não deixe a razão ser sua primeira guia no entendimento do espetáculo, abra-se para o que talvez possa ser entendido por um outro canal. Desta forma, talvez você construa um novo entendimento sobre ELIZAVETA BAM. Se isto acontecer, não se esqueça de me contar!
No mais, as cenas garantem lindas imagens ao espectador, isto é claro.
Aventure-se! O trabalho está muito bonito!
Foi um grande prazer fazer parte dele.
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ELIZAVETA BAM
De 15/04 a 16/05 de 2010 – Quinta á domingo as 20h – Teatro Novelas Curitibanas (Rua Presidente Carlos Cavalcanti. 1222).
Entrada: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia)
Informações: 8405-7095 / 3321-3358