terça-feira, 22 de novembro de 2011

PRÊMIO GRALHA AZUL 2011

Nesta semana foram anunciados os indicados ao Prêmio Gralha Azul - Melhores do ano do Paraná, criado em 1976 por Ivens Fontoura. Com muita alegria recebi a notícia de que quatro trabalhos realizados por mim foram indicados em duas categorias. Neste post publico uma foto de cada um desses trabalhos e a lista completa dos indicados nas 15 categorias. A revelação dos ganhadores e entrega do troféu acontecerá na noite do dia 13 de Dezembro no Teatro Guaíra em Curitiba (Guairinha - Auditório Salvador de Ferrante). Aproveito também esta ocasião para agradecer todos os produtores, artistas e diretores dos meus respectivos trabalhos indicados. Agradeço também a comissão julgadora e a comissão de organização do Prêmio. Muito obrigado! É uma felicidade imensa poder trabalhar com aquilo que mais amo e, ao final do ano, ainda ser indicado à este Pêmio tão importante para os artistas do Paraná. A gente se encontra no dia 13, até lá!

(Eu recebendo o Troféu em 2010 pelo figurino do espetáculo MENTIRA!)

1. TEXTO ORIGINAL
Gerson de Andrade, por “Caipirados Pra Burro” (Caipiras Pirados Pra Burro)
Paulo Biscaia, por “Avenida Independência 161_ Trilha Sonora Para Coisas Irreversíveis”
João Luiz Fiani, por “A Guerra dos Fanáticos – O Contestado”
Dimis Jean Sores por “Vivienne”

2. CENÁRIO
Marco Damaceno, por “Antes do Fim”
Cleverson de Oliveira, por “Edifício Amor”
Paulo Vinícius, por “Avenida Independência 161_Trilha Sonora Para Coisas Irreversíveis”
Paulo Vinícius, por “Seance, As Algemas de Houdini”
Sérgio Richter, por “Orinoco”

3. FIGURINO
Fernando Bachstein, por “Os Sete Pecados”
Paulo Vinicius, por “Ouoquequiserdes”
Alex Lima, por “A Pereira da Tia Miséria”
Paulo Vinícius, por “A Sapateira Prodigiosa”
Thamis Barreto, por “A Guerra dos Fanáticos – O Contestado”


(Cena de AVENIDA INDEPENDÊNCIA 161 - Foto de Fran Ferreira)

4. SONOPLASTIA
Paulo Biscaia, por “Avenida Independência 161_Trilha Sonora Para Coisas Irreversíveis”
Paulo Demarchi, por “Ouoquequiserdes”
Sérgio Justen, por “Cinderela”
Celso Piratta por “Buanga, A Noiva da Chuva”
Edith de Camargo, por “Vertigem”

5. ILUMINAÇÃO
Nadja Naira, por “Isso te Interessa?”
Beto Bruel, por “Ilíada Canto 1”
Wagner Correa, por “Avenida Independência 161_Trilha Sonora Para Coisas Irreversíveis”
Beto Bruel/Daniel Régis, por “Antes do Fim”

6. REVELAÇÃO - ATRIZ/ATOR e CRIADORES
Cleber Hidalgo - CENÁRIO - “Histórias Para Passar o Tempo”
Gabriel Manita – ATOR - “Cinderela”
Simone Hidalgo – DIREÇÃO - “Fabulosa Cozinha de Pierre”
Patricia Cipriano – ATRIZ- “Vivienne”
Cleber Hidalgo – CENÁRIO - “A Fabulosa Cozinha de Pierre”


(Cena de OUOQUEQUISERDES - Foto de Mariana Brandão)

7. ATOR COADJUVANTE
Samir Halab, por “Antes do Fim”
Rodrigo Ferrarini, por “Isso Te Interessa?”
Fernando Bachstein, por “A Sapateira Prodigiosa”
Joel Vieira, por “A Guerra dos Fanáticos - O Contestado”
Diogo Zavadski, por “Vivienne”

8. ATRIZ COADJUVANTE
Elliane Campelli, por “Antes do Fim”
Karla Fragoso, por “Avenida Independência 161_Trilha Sonora Para Coisas Irreversíveis”

9. ATOR
Guilherme Kirchheim, por “A Pereira da Tia Miséria”
Zeca Cenovicz, por “Antes do Fim”
Ranieri Gonzalez, por “Isso Te Interessa?”
Luiz Bertazzo, por “Seance, As Algemas de Houdini”


(Cenário de SEANCE - AS ALGEMAS DE HOUDINI - Foto de Marco Novack)

10. ATRIZ
Kassandra Speltri, por “Avenida Independência 161_Trilha Sonora Para Coisas Irreversíveis”
Sílvia Monteiro, por “Edifício Amor”
Claudete Pereira Jorge, por “Ilíada Canto 1”
Pagú Leal, por “Minha Vontade De Ser Bicho”

11. DIREÇÃO ESPETÁCULO PARA CRIANÇAS
Letícia Guimarães, por “Clarice Matou Os Peixes”
Marcelo Santos, por “Buanga, A Noiva da Chuva”
Maurício Vogue, por “Cinderela”

12. DIREÇÃO
Edson Bueno, por “Minha Vontade de Ser Bicho”
Marco Damaceno, por “Antes do Fim”
Paulo Biscaia, por “Avenida Independência 161_Trilha Sonora Para
Coisas Irreversíveis”
Mauro Zannata, por “Ouoquequiserdes
Dimis Jean Sores, por “Vivienne”


(Cena de A SAPATEIRA PRODIGIOSA - Foto de Michelle Martins)

13. ESPETÁCULO ITINERANTE
NÃO HOUVE INDICAÇÃO

14.ESPETÁCULO PARA CRIANÇAS
Clarice Matou os Peixes”, da Cia do Abração
“Buanga, a Noiva da Chuva”, da Cia Karagozwk de Teatro de Sombras
“Cinderela”, da Cia Regina Vogue
“Caipirados pra Burro” (Caipiras Pirados pra Burro), da Cia Geografia das Artes

15. ESPETÁCULO
“A Pereira da Tia Miséria”, do Núcleo Ás de Paus
“Avenida Independência 161_Trilha Sonora para Coisas Irreversíveis”, da Cia MKF Produções
“Antes do Fim”, de Marcos Damaceno Cia de Teatro
“Vivienne”, da Companhia de Bifeseco
“Ouoquequiserdes”, da Companhia do Ator Cômico

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Espaço e Cenografia

(O Paraíso Perdido com o Teatro da Vertigem, encenado na Igreja da Consolação, em São Paulo em 1992)

           Um dos assuntos que mais me interessam na cenografia de hoje é o Espaço. Para criar qualquer trabalho acho necessário pensar na relação do Espaço com o Espectador. Mais do que pensar no Espaço propriamente dito, o assunto de que falo está justamente na Relação entre ele e o espectador. Tal discussão já é bastante antiga na história das artes visuais e também, de certa forma, no teatro.
            Nas artes visuais, Marcel Duchamp instaura o pensamento da obra de arte livre do suporte e propõe a relação com o espectador a partir da observação do objeto. A arte não estaria nem no sujeito e nem no objeto, mas na relação entre ambos. Além disso, Duchamp também tira o objeto de seu lugar tradicional e, dessa forma, questiona também o Espaço físico do museu enquanto Lugar. Outros artistas depois dele se aventuram a pensar sobre o lugar. Entre eles estão os brasileiros Hélio Oiticica e Lygia Clark.


(Obra de Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe, 1977, foto: Carol Reis)

            Hélio entre tantas coisas cria os Penetráveis e propõe com eles uma relação sensível com o espectador. Entrar na sua obra era entrar na própria cor e se relacionar com ela, por exemplo.
            Lygia também entre outras muitas coisas instaura a Arte Relacional ao se denominar uma propositora ao invés de uma artista. Cria máscaras sensoriais e objetos relacionais. A principal diferença entre o que ela propunha e o que Duchamp propôs estava justamente na relação com o Objeto. O objeto em Lygia Clark era apenas uma forma de se relacionar para criar a arte e não um meio de se chegar à constatação através da observação, como propôs Duchamp. Muito bacana é pensar em como essas relações se desenvolvem no Espaço. Pensar o Espaço no Hélio e na Lygia é pensar num Espaço muito mais interno do que exterior ao corpo do sujeito que apreende a obra.
            Paralelamente a isso, cronologicamente falando, vieram os artistas que propuseram as Land Arts, grandes obras a céu aberto que eram para ser vistas de longa distância pelo espectador. Nestas obras a relação também é a proposição mais importante desses artistas, como foi o caso de Robert Smithon e Michael Heizer nos anos 60.

(Máscara Sensorial, obra de Lygia Clark de 1967)

            Alguns diretores, encenadores e outros artistas de teatro também já pensaram nessa relação com o Espaço. Entre eles está o brasileiro Antonio Araujo do Teatro Vertigem que, através da Trilogia Bíblica dos anos 90, por exemplo, propuseram o espetáculo ocupando os espaços que inicialmente não eram os edifícios teatrais. A relação da cena com o público mudou completamente a partir dessas pesquisas e práticas. Depois dele vieram também vários outros artistas.
            O fato de exercer a cenografia como parte dos meus trabalhos enquanto artista me faz pensar nessas relações do cenário e da platéia dentro de um Espaço Cênico específico e dentro daquilo que o espetáculo propõe enquanto escritura cênica. Trabalhar com diversas companhias, grupos, diretores e artistas, colaborar e propor junto dentro de estéticas e processos diferentes tem me agradado e me instigado muito. Tantas práticas me possibilitam exercer o autoria do meu trabalho como cenógrafo na medida em que ela se relaciona com o trabalho dos outros artistas envolvidos na criação e de como nós juntos oferecemos o nosso trabalho coletivo ao público.
            Enquanto pesquisador e teórico, a busca da cenografia e das artes visuais tem acrescentado muito no desenvolvimento da minha prática de cenógrafo e indicado quais são realmente as ausências e lacunas que ainda deverão ser preenchidas no meu ofício.
            Bem vindo o Tempo que me possibilita conhecer o Espaço.
            Bem vindas as horas que ainda faltam para se chegar à algum Lugar específico.
            Bem vindos os próximos trabalhos e as próximas pesquisas.