Por ser um importante elemento da linguagem visual do espetáculo, o figurino é muito mais do que a segunda pele do ator ou o identificador da personagem. É signo, comunicação, uma das várias linguagens do espetáculo que, juntas, compõem o que poderíamos chamar de linguagem cênica, estética ou poética teatral, segundo as características de cada processo ou de cada encenação.
Para cada processo, cada espetáculo, cada diretor, há uma forma mais adequada de criação e desenvolvimento do figurino. Este texto tem como objetivo pensar as possibilidades da criação e execução do figurino para as necessidades do teatro. É a partir delas que normalmente se dá o meu trabalho como figurinista.
Dentre todos os caminhos, cito cinco formas que identifico como possíveis para a cena contemporânea:
Para cada processo, cada espetáculo, cada diretor, há uma forma mais adequada de criação e desenvolvimento do figurino. Este texto tem como objetivo pensar as possibilidades da criação e execução do figurino para as necessidades do teatro. É a partir delas que normalmente se dá o meu trabalho como figurinista.
Dentre todos os caminhos, cito cinco formas que identifico como possíveis para a cena contemporânea:
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A RECONSTRUÇÃO
Esse processo se dá quando o espetáculo é ambientado numa época definida e tem como objetivo reconstruir fielmente as características desse período.
Aqui, meu trabalho consiste primeiramente numa pesquisa aprofundada da época, bem como o estudo do período e da moda. A partir dessa primeira fase, o figurino passa a ser criado e confeccionado segundo as características e necessidades das personagens, texto e cenas referentes.
O processo de reconstrução na criação do figurino se caracteriza como um mergulho no tempo especificado, espaço estabelecido e no interior das personagens após longas conversas com o diretor, atores e demais profissionais envolvidos na criação e construção do espetáculo.
.Esse processo se dá quando o espetáculo é ambientado numa época definida e tem como objetivo reconstruir fielmente as características desse período.
Aqui, meu trabalho consiste primeiramente numa pesquisa aprofundada da época, bem como o estudo do período e da moda. A partir dessa primeira fase, o figurino passa a ser criado e confeccionado segundo as características e necessidades das personagens, texto e cenas referentes.
O processo de reconstrução na criação do figurino se caracteriza como um mergulho no tempo especificado, espaço estabelecido e no interior das personagens após longas conversas com o diretor, atores e demais profissionais envolvidos na criação e construção do espetáculo.
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A CRIAÇÃO
São inúmeras as possibilidades de criação no figurino teatral. Normalmente esse processo se dá quando sou chamado para desenvolver o figurino de um espetáculo cuja linguagem cênica é desenvolvida pelo próprio encenador. Os croquis são desenvolvidos a partir de temas, textos, conceitos, espaços e qualquer outro estímulo ou ponto de partida. Nesse caso a criação do figurino pode acontecer sem nenhuma exigência rígida por parte do texto, diretor ou produtor. Tudo está aberto para novas possibilidades que venham adequar o figurino ao conjunto do espetáculo.
São inúmeras as possibilidades de criação no figurino teatral. Normalmente esse processo se dá quando sou chamado para desenvolver o figurino de um espetáculo cuja linguagem cênica é desenvolvida pelo próprio encenador. Os croquis são desenvolvidos a partir de temas, textos, conceitos, espaços e qualquer outro estímulo ou ponto de partida. Nesse caso a criação do figurino pode acontecer sem nenhuma exigência rígida por parte do texto, diretor ou produtor. Tudo está aberto para novas possibilidades que venham adequar o figurino ao conjunto do espetáculo.
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A COMPOSIÇÃO
Compor um figurino pode ser executá-lo a partir de peças compradas prontas ou sobre peças do próprio guarda roupa do grupo ou companhia.
Os principais elementos que levo em consideração nesse trabalho é a composição de cores, estilos e formas que estarão em cena sobre o cenário e sob a luz.
Um figurino é desenvolvido por esse processo por motivos práticos como o tempo curto de trabalho, o orçamento limitado da produção, a ausência de mão de obra especializada ou talvez por melhores resultados quanto à fidelidade da criação.
Apesar de aparentemente parecer simples, compor um figurino pode ser um processo muito mais complicado e dispendioso que qualquer liberdade de criação pode proporcionar. A composição oferece excelentes resultados apenas quando estiver associada a uma profunda capacidade estética de acabamento e criatividade para as soluções do figurinista. É também uma arte.
A COLABORAÇÃO
Nesse processo eu acompanho toda a criação e o desenvolvimento do espetáculo, estou presente nos ensaios. O diálogo com a equipe é peça fundamental para o desenvolvimento do figurino colaborativo, pois ele será criado segundo as necessidades de cada ator somadas aos interesses do grupo e ao conceito trabalhado.
O figurinista, envolvido integralmente com o projeto, se preocupa não apenas em vestir a personagem, mas o ator.
Cada linguagem exige uma roupa específica que deverá ser experimentada, substituída e evoluída. Aqui o figurino não é nunca imposto por mim, mas criado com a participação do elenco, diretor e de toda a equipe.
Nesse processo eu acompanho toda a criação e o desenvolvimento do espetáculo, estou presente nos ensaios. O diálogo com a equipe é peça fundamental para o desenvolvimento do figurino colaborativo, pois ele será criado segundo as necessidades de cada ator somadas aos interesses do grupo e ao conceito trabalhado.
O figurinista, envolvido integralmente com o projeto, se preocupa não apenas em vestir a personagem, mas o ator.
Cada linguagem exige uma roupa específica que deverá ser experimentada, substituída e evoluída. Aqui o figurino não é nunca imposto por mim, mas criado com a participação do elenco, diretor e de toda a equipe.
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(Cena da gravação do vídeo clipe ELES ME QUEREM ASSIM - 2007)
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A ESTIMULAÇÃO
Chamo de estimulação a forma onde o figurino é criado anteriormente a qualquer outro elemento prático do espetáculo. Este processo destina-se aos espetáculos de teatro ou dança contemporâneos que têm no corpo a principal ferramenta do seu discurso.
Neste processo, o figurinista é peça fundamental para a concepção e o desenvolvimento do texto, da cena e, numa proporção maior, do espetáculo. O figurinista estaria também ocupando outros lugares que em outro processo seriam apenas ocupados pelo autor e pelo diretor, o que não elimina a existência dessas funções, apenas os trabalhos dos três artistas são desenvolvidos horizontalmente.
O figurino é o que estimulará a dramaturgia corporal do espetáculo. É sobre a influência que o figurino exerce no corpo do ator que o “texto” será desenvolvido. Neste processo o ator se entrega às criações do figurinista que, por sua vez, estará valorizando, facilitando e estimulando o trabalho do ator.
O fato de ser também ator e conhecer as possibilidades e necessidades desse ofício facilita imensamente meu trabalho como figurinista, principalmente num processo como este.
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Enfim, muitas são as possibilidades de diálogo do figurino com o teatro contemporâneo e foi-se o tempo em que o figurinista era apenas o responsável por pensar esteticamente a indumentária do espetáculo.
Podemos pensar também a relação do figurinista com outros elementos de uma produção cênica e muitos outros assuntos se dobrarão a partir daí, como o tempo necessário para a criação e o desenvolvimento do figurino, por exemplo, mas sobre estes outros temas eu escreverei em futuras postagens aqui no Blog. Por enquanto é só. Espero ter sido útil.
.A ESTIMULAÇÃO
Chamo de estimulação a forma onde o figurino é criado anteriormente a qualquer outro elemento prático do espetáculo. Este processo destina-se aos espetáculos de teatro ou dança contemporâneos que têm no corpo a principal ferramenta do seu discurso.
Neste processo, o figurinista é peça fundamental para a concepção e o desenvolvimento do texto, da cena e, numa proporção maior, do espetáculo. O figurinista estaria também ocupando outros lugares que em outro processo seriam apenas ocupados pelo autor e pelo diretor, o que não elimina a existência dessas funções, apenas os trabalhos dos três artistas são desenvolvidos horizontalmente.
O figurino é o que estimulará a dramaturgia corporal do espetáculo. É sobre a influência que o figurino exerce no corpo do ator que o “texto” será desenvolvido. Neste processo o ator se entrega às criações do figurinista que, por sua vez, estará valorizando, facilitando e estimulando o trabalho do ator.
O fato de ser também ator e conhecer as possibilidades e necessidades desse ofício facilita imensamente meu trabalho como figurinista, principalmente num processo como este.
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Enfim, muitas são as possibilidades de diálogo do figurino com o teatro contemporâneo e foi-se o tempo em que o figurinista era apenas o responsável por pensar esteticamente a indumentária do espetáculo.
Podemos pensar também a relação do figurinista com outros elementos de uma produção cênica e muitos outros assuntos se dobrarão a partir daí, como o tempo necessário para a criação e o desenvolvimento do figurino, por exemplo, mas sobre estes outros temas eu escreverei em futuras postagens aqui no Blog. Por enquanto é só. Espero ter sido útil.
Um grande abraço a todos!