terça-feira, 18 de novembro de 2008

TEATRO CONTEMPORÂNEO

(ABSTRATOS - foto de François Sumi)


Já disse, em outra oportunidade, que não tenho preconceito contra linguagens teatrais. Consigo gostar tanto de um espetáculo de “teatrão” bem feito quanto de um espetáculo de teatro físico também bem feito. O importante é a forma, o acabamento e o discurso. A relação com o público e sua aceitação.
Porém, há algo de instigador no teatro contemporâneo que me chama muito a atenção. Modismo no teatro a parte, mas as infinitas possibilidades de se trabalhar com o teatro hoje fazem com que o contemporâneo ganhe cada vez mais adeptos.
Dentro do contemporâneo, a dramaturgia pode se estabelecer por qualquer outro viés que não seja, necessariamente, o texto pronto, escrito anteriormente da montagem e da produção. A dramaturgia pode partir do corpo, de imagens, de sensações e por várias outras opções. Por sua vez, o discurso também pode não ser linear e contínuo. Pode-se ver quebras, pausas, silêncios e talvez esperar que a platéia se comunique com as mensagens do espetáculo via sensações e não apenas pelo entendimento racional.
Quanto às referências, são muitas, ou melhor, são todas. Tudo que faz parte do mundo e em todas as áreas pode ser material criativo para o ator e o teatro contemporâneo. As linguagens se misturam, o teatro se apropria de várias outras artes se tornando um discurso híbrido. Trás a música, a dança, o vídeo, a fotografia, enfim todas as artes cênicas e visuais.
Talvez um dos principais objetivos do teatro contemporâneo nem seja o que se conta, mas como se conta. A forma é superior ao conteúdo e, por sua vez, o conteúdo é digerido pelo publico que, cada vez mais, procura pelo canal de comunicação com os espetáculos. Existem processos colaborativos, criações coletivas, solos, parcerias entre profissionais de várias artes, enfim, uma mistura de processos e escolhas que tornam a opção de ver teatro uma prática cada vez mais constante entre o público curitibano.
Em Curitiba, destaco o excelente trabalho desenvolvido pelas companhias Obragem – Teatro e Cia, Cia Senhas de Teatro, Companhia Brasileira e, em outra instância, a Vigor Mortis, entre outras. Há em cada espetáculo dessas companhias sempre algum novo mistério e código a serem desvendados. Cada novo espetáculo é uma nova aventura pra dentro das possibilidades criativas de cada companhia citada. Quem ainda não viu, está perdendo tempo.
Descubram.
Viagem!
Talvez a gente se encontre.

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