Gosto muito do trabalho da Companhia Brasileira de Teatro que é dirigida por Márcio Abreu. Do seu repertório vi os espetáculos Suíte 1, Apenas o fim do mundo, Volta ao dia e agora O que eu gostaria de dizer, que esteve em cartaz no Teatro José Maria Santos no período de 17 a 26 de Maio em Curitiba.
A estética ou poética teatral da Companhia Brasileira é algo que sempre me agradou muito principalmente pela forma que, segundo minha análise, sempre falou mais alto que o conteúdo. Apostos são valorizados na dramaturgia, repetidos com diferentes intenções e dão força essencial para a construção das interpretações. Com relação a encenação, alguns elementos também se repetem como as refeições e as canções que são inseridas no decorrer dos espetáculos. Tais elementos sempre funcionam como uma estratégia de manter a cena no tempo presente e atualizam os elementos datados que os cenários costumam apresentar. Vários signos e referências convivem harmoniosamente dentro da estética contemporânea da companhia Brasileira.
O que eu gostaria de dizer, contudo, é um espetáculo diferente dos que estamos acostumados a ver e, apesar da refeição que é mantida durante a apresentação e da canção, que dessa vez não é cantada, mas apresentada como argumento para a construção da cena, outros elementos na relação texto-ator são inseridos na montagem. Não quero dizer com isso que são melhores e nem piores, apenas diferentes. Talvez eu tenha percebido essa diferença principalmente no tom em que o texto é dito. As repetições ainda estão presentes, mas de forma diferente.
Um elemento que também acentua essas diferenças é a presença de Luis Melo no elenco. Sempre seguro do seu trabalho e dono da relação que se instaura entre ambiente e platéia, Melo tem sempre uma presença muito forte que, em certo sentido, se coloca incisivamente nos trabalhos em que participa, coisa dos grandes atores que está além da nossa capacidade de julgamento. Por sorte, os outros dois atores que dividem o palco com ele, Bianca Ramoneda e Márcio Vito, estão à altura e colaboram também com o novo tom apresentado pela Companhia Brasileira ao estarem totalmente inseridos dentro da mesma linguagem.
A dramaturgia, construída em processo colaborativo entre atores e diretor, fala da existência e das relações humanas a partir de três diferentes pontos de vista costurados por um mesmo viés poético. É um bom lugar para se pensar sobre a vida.
A temporada em Curitiba teve casa lotada em todas as sessões e só conseguir ver o espetáculo numa sessão extra do último dia da temporada a convite de Elenize Dezgeniski, fotógrafa contratada da Companhia e minha amiga querida.
Valeu e, parafraseando Gonçalo M. Tavares em citação no espetáculo, “não há melhor lugar para estar do que estar contente”.
Para saber mais sobre o trabalho da Companhia Brasileira visite http://www.companhiabrasileira.art.br/
A estética ou poética teatral da Companhia Brasileira é algo que sempre me agradou muito principalmente pela forma que, segundo minha análise, sempre falou mais alto que o conteúdo. Apostos são valorizados na dramaturgia, repetidos com diferentes intenções e dão força essencial para a construção das interpretações. Com relação a encenação, alguns elementos também se repetem como as refeições e as canções que são inseridas no decorrer dos espetáculos. Tais elementos sempre funcionam como uma estratégia de manter a cena no tempo presente e atualizam os elementos datados que os cenários costumam apresentar. Vários signos e referências convivem harmoniosamente dentro da estética contemporânea da companhia Brasileira.
O que eu gostaria de dizer, contudo, é um espetáculo diferente dos que estamos acostumados a ver e, apesar da refeição que é mantida durante a apresentação e da canção, que dessa vez não é cantada, mas apresentada como argumento para a construção da cena, outros elementos na relação texto-ator são inseridos na montagem. Não quero dizer com isso que são melhores e nem piores, apenas diferentes. Talvez eu tenha percebido essa diferença principalmente no tom em que o texto é dito. As repetições ainda estão presentes, mas de forma diferente.
Um elemento que também acentua essas diferenças é a presença de Luis Melo no elenco. Sempre seguro do seu trabalho e dono da relação que se instaura entre ambiente e platéia, Melo tem sempre uma presença muito forte que, em certo sentido, se coloca incisivamente nos trabalhos em que participa, coisa dos grandes atores que está além da nossa capacidade de julgamento. Por sorte, os outros dois atores que dividem o palco com ele, Bianca Ramoneda e Márcio Vito, estão à altura e colaboram também com o novo tom apresentado pela Companhia Brasileira ao estarem totalmente inseridos dentro da mesma linguagem.
A dramaturgia, construída em processo colaborativo entre atores e diretor, fala da existência e das relações humanas a partir de três diferentes pontos de vista costurados por um mesmo viés poético. É um bom lugar para se pensar sobre a vida.
A temporada em Curitiba teve casa lotada em todas as sessões e só conseguir ver o espetáculo numa sessão extra do último dia da temporada a convite de Elenize Dezgeniski, fotógrafa contratada da Companhia e minha amiga querida.
Valeu e, parafraseando Gonçalo M. Tavares em citação no espetáculo, “não há melhor lugar para estar do que estar contente”.
Para saber mais sobre o trabalho da Companhia Brasileira visite http://www.companhiabrasileira.art.br/
4 comentários:
Passei para dar um alô. Farei uma visita com calma. Vi posts ótimas que preciso ler com calma.
Pena que vc não poude assistir. Je reviens.
Olá Ruth querida,
Fico bem feliz por vê-la novamente aqui.
Foi uma pena mesmo eu ter perdido, imperdoável. Foi uma época muito corrida para mim, enfim, espero ter outra oportunidade.
Beijo grande no coração. Volte sempre!
nao conhecia o blog. so agora recebi o post. obrigado pelo texto, pela opiniao. muito legal!!! abraços.
marcio abreu.
Que bom que gostou Marcio, é com muito prazer que vejo e escrevo sobre o trabalho de vocês. Obrigado também pelo carinho e pela visita. Venha sempre!
Sorte e sucesso!
Grande abraço.
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