quarta-feira, 1 de abril de 2009

PAÇO DA LIBERDADE



(O Palácio da Liberdade no centro da praça Generoso Marques - foto divulgação)

Permita-se um momento de contemplação. Surpreenda-se. Suba a rua Barão do Rio Branco em direção a Rua Riachuelo. Permita que seu coração bata mais forte ao, durante a noite, avistar do seu lado direito, na praça Generoso Marques, a grandiosidade e beleza do Palácio da Liberdade, recém inaugurado no último domingo, dia 29 de Março.
Não há quem passe impune a tamanho prazer estético. O prédio, iluminado, se impõe aos nossos olhares acostumados com a paisagem central curitibana. É relamente lindo. Vale a pena!
Estive presente na noite de inauguração e pude emocionar-me ao entrar no prédio restaurado depois de tanto tempo fechado em obras.


(A torre principal no período final de restauração - foto divulgação)

SOBRE OS TEMPOS

Inaugurado em fevereiro de 1916, na atual Praça Generoso Marques, o antigo Paço Municipal foi construído para ser a primeira sede própria da prefeitura. Projetado pelo então prefeito Cândido de Abreu, com colaboração do escultor Roberto Lacombe, o Paço substituiu o mercado que havia ali.
A prefeitura permaneceu no prédio até 1969. Cinco anos mais tarde, um convênio firmado entre o Estado e o Município permitiu que ele se tornasse sede do Museu Paranaense, até 2002.
O prédio é um dos mais importantes monumentos da cidade, com linhas arquitetônicas que se enquadram no ecletismo – mistura de tendências arquitetônicas de períodos diversos da história e que começou a se disseminar em Curitiba no final do século XIX –, com predominância do Art Nouveau, estilo marcado pela decoração elaborada e formas curvilíneas ou sinuosas, presentes nos portões de ferro da entrada principal, na marquise voltada para a Praça Tiradentes e nas esquadrias de madeira.


(detalhe da arquitetura exterior do prédio - foto divulgação)


Decorando seu interior, foram colocadas portas de imbuia, uma bela escadaria e um elevador vindo da Europa, o primeiro de Curitiba. Na fachada, estátuas, armas e brasão do município traduzem o poder político de que foi sede.
O antigo prédio abrigou o gabinete de 42 prefeitos de Curitiba e historiadores atestam que o edifício já passou por pelo menos três reformas.
Os restauradores revelam, por meio do trabalho de prospecção – pela decapagem de pequenas janelas nas paredes –, que algumas já foram pintadas pelo menos onze vezes.
A construção é um marco histórico referendado por entidades que colaboraram com o projeto Arqueologia da Memória, iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba com apoio do Ministério da Cultura, do Instituto de Preservação da Memória, do Programa Monumenta e da UNESCO que proporcionou estratégias de revitalização urbana por meio da mobilização, colaboração e participação criativa dos habitantes, tendo como ponto de convergência o Centro Histórico e suas articulações reais e simbólicas com o imaginário social.
Construído de 1914 a 1916, o Paço é o único prédio curitibano com tombamento nas três instâncias: municipal, estadual e federal. Ao ser tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, ganhou o nome de Paço da Liberdade. Cerca de 80 restauradores, operários e técnicos trabalham para colocar em prática as duas etapas do projeto: o restauro (seguindo as mesmas técnicas da época em que foi construído) e a reciclagem (reformas de construção civil) do prédio.
São 2.205,70 metros quadrados de área construída. A restauração começou em junho de 2008 e a finalização das obras ocorreu no final do mês de março de 2009.


(escultura ao lado da entrada principal - foto divulgação)



Renovado, porém sem perder o aspecto de prédio antigo, o Paço da Liberdade foi minuciosamente restaurado com o cuidado de manter-se fiel à sua aparência original. Foram reutilizados todos os materiais originais que ainda estavam em boas condições e apenas o que realmente não tinha condições de ser reaproveitado foi substituído.
O prédio dividirá seus espaços em salas para leitura, que disponibilizará aos visitantes, livraria, biblioteca e um espaço de internet livre; um espaço para música com um estúdio de gravação para bandas paranaenses pelo projeto Inventário Cultural, café com piano, uma sala de atos para apresentações musicais e teatrais que sejam adaptáveis a um palco pequeno; salas e audiovisual com um estúdio de arte eletrônica para criação
e edição de som e vídeo, além de instalações, sala de exibição de vídeos não-comerciais, para mostras paralelas e produções paranaenses. Haverá também salas de exposições ocupando todo o primeiro andar, disposta a abrigar manifestações convencionais e novas mídias. Além de uma sala de atos, que poderá ser ocupada por monólogos e pequenas montagens, o espaço atrairá, por meio de editais, peças de rua para a praça em frente. A intenção é também concentrar no Paço, cursos nas áreas de artes e comunicação.





(detalhes dos relevos arquitetônicos - foto divulgação)


Maiores informações: http://www.sescpr.com.br/eventos/pacodaliberdade/index.html

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